domingo, 10 de dezembro de 2017
sábado, 17 de setembro de 2016
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
PARAGOFOREST - (um pouco do pouco que resta)
fiz todas as fotos com meu celular na primeira semana de agosto de 2016, na reserva florestal agro sete, atualmente cercada de vasta região desertifica pelo plantio de soja...
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solar |
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poros |
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solar 2 |
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solar 3 |
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musgo no gigante |
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micro teia |
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estrada branca |
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labirinto |
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camuflagem |
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escada de jabuti para o céu |
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anciã |
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escada de jabuti para o horizonte |
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pé de uma escada de jabuti |
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pula corda para gigantes |
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observador, meu amigo sistemata |
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troca de pele |
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aracno mundo |
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passeio |
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aracno mundo 2 |
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miguel na cabana |
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solar 4 |
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aracno passagem para outra dimensão |
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corte seco |
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fundo fungo |
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miguel, o parabotânico |
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pousaste em mim |
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almoço na varanda |
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cabana natural |
quinta-feira, 30 de junho de 2016
sábado, 25 de junho de 2016
UMA ENTREVISTA
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foto: auto-retrato - by paulo vieira |
partilho com você uma entrevista que dei pra revista literária Travessias:
Na íntegra neste link:
(sobre o que falei na entrevista?...):
"Abrimos a edição com a entrevista concedida pelo poeta Paulo Vieira à pesquisadora Cristiane Rodrigues de Souza (UFMS/Três Lagoas). Já em sua primeira publicação (2004), Vieira surge como voz poética marcante, atestada inclusive por Benedito Nunes, que o aproxima, a princípio, das experiências poéticas do primeiro tempo modernista brasileiro. O poeta fala sobre sua relação com a natureza (de todos os lugares e de lugar nenhum); a relação entre o ser-poeta, o ser-engenheiro (Vieira é formado em Engenharia Florestal e seguiu carreira acadêmica na literatura) e a música; a linguagem, a forma e a metáfora; o desejo e o sofrimento." (O Editor).
terça-feira, 5 de abril de 2016
NOITE, NA CAMA
o romance aberto
sobre o peito
você chega
nem quer saber
personagem narrador
tempo linguagem
você deita junto
se encosta
você deita junto
se encosta
você sabe
eu gosto
como fosse
possível
se encostar
ainda mais
você cola
ri um bocado
depois se afasta
devagar
e vai fechando
delicada
o romance
com a ponta
do pé
NOTAS DO ESTUDANTE 1
olho a palavra "engrenagem" como quem olha
pra uma engrenagem
sempre que estudo eu me desmantelo
pateta, fico nesse flerte com a beleza dos conceitos
me perguntando por que, logo adiante, esqueço
os conteúdos, (embora nunca os efeitos!),
de algo excitante algo doce algo elegante algo que
pronunciado com todos os ésses e érres
faz de um burrico imponente corcel
.
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paulo vieira
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
GOSTO MUSICAOS
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gosto musicaos
a música na quarta
capa do silêncio
bach é pura bossa
stravinsky é rock’n’roll
leigo
ouço
meigo
patinho que é
o som do oboé
veja
não vejo
assim tanta
diferença
no erudito o folk
desvelo
cordas de banjo
no violoncelo
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paulo vieira
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
POEMA EM SILÊNCIO
beiro o silêncio
enquanto o cheiro
da morte
acende esta poeira
de sombras
que me adivinha
insone
vontade de correr
num parque
em são paulo
de comer menos
e nunca
depois das 6
lembro de você
no dia
em que nos conhecemos
sua juventude
saltava pra me seduzir
beiro o arrependimento
mas me entretenho
tudo
vale a pena
amor ódio poema
e essa inconsequência
que sempre me fode
mudo de cidade
esqueço tanta gente
especialmente
nomes
mas os rostos
também se apagam
porque a sombra
exige insumo
beiro a solidão
enquanto imagino
o gosto da palha
que envolvia o fumo
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
MIRANDO O MAR
nunca levei a morte a sério enquanto
praticava o lento suicídio
[céu ansiolítico
da boca
da boca
de sereias
e outros seres
antissociais]
suicidar-se devagar é vantajoso
dá pra roer o próprio osso
e se lamber feito um
cão sem patas
cão sem patas
mesclar tinta e sangue repensar
o verso jamais a ferida
envenenar o orvalho
arrepender-se de
nada
aos bocejos de tédio
recolocar o pino
da granada
fazer roleta russa
uma vez por mês
nunca levei a morte a sério e agora
o suicídio vai
no piloto automático
mirando o mar
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Paulo Vieira
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Paulo Vieira
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outra vez descer pela encosta
ombro escarpado do gigante
depois do 4º ou 5º adeus
e cair num diário
sem capa nem miolo
onde mil e trezentos
ou mais cadáveres tolos
se acotovelam
entre escombros
enquanto um zumbi gargalha kkkkk
do topo da montanha
de lixo insular
chorume, emotions, urina, sangue
de um spoiler,
corpinhos nus
destroçados, inexorável
felicidade nos ossos
moídos das faces
irascíveis por pouco
inconfundíveis
abarrotando a timeline da solidão
vozes vazias de mortos que,
aos berros ou sem euforia,
denunciam curtem
e compartilham
selfies,
desgraças,
ódios, alegrias
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Paulo Vieira
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
amanhecer
no quarto absorvo
ao menos um pouco
ao menos um pouco
as réstias da luz
que o dia produz
longe a noite movediça
agoniza e apaga
tudo
vermelhos
roxos
grandes lábios
e azuis
absorvo e sinto
ao menos um pouco
os desígnios da aurora
que ao pousar
nos devolve
distorcidas
luzes
cores
esmaecidas
desperto antes
da mimética manhã
luzir altiva
tenho abóbadas
insônia nas salivas
mas que fazer do medo
quando os fantasmas
se aposentam?
abro a janela a custo
a velha teia onde o orvalho
mede o salto para o sol
a árvore mais fria que um muro
estrangula o desejo de cantar
pássaros em fuga não olham para trás
o dia não pensa em amanhecer
eu penso em não pensar mais em você
o quintal só acorda
quando os pássaros voltarem
acordar é nascer do sono
nascer não é nenhum sonho
nem comecei o mundo
hoje e esse cansaço
essa vontade
contrária a tudo
a todo
princípio
como um Deus
arrependido
de inventar
o riso
o ódio
a espuma
mas não o mar
tão pouco a boca
que
embora imensa
nunca abarca
tudo quanto
o desejo
pensa
(daí a invenção da
mão
desajeitada e
ansiosa
feito a boca
que complementa)
que complementa)
um Deus que não atina que ignora
esse gesto – amanhecer
e não sabe se hoje vai dar praia
ou se vai chover
porque, sendo Deus, sabe
que não há
como saber
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Paulo Vieira
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sábado, 30 de janeiro de 2016
CAIR SETE VEZES LEVANTAR NENHUMA
das quedas
cair sete vezes levantar nenhuma
ficar no chão
junto às coisas coleantes
arrastar-se sem
braços, pernas (o corpo se acostuma)
enquanto os outros
se levantam pra cair adiante
querer demais algo
é um meio
de esquecer a luta vã
- riozinho hoje cheio
oceano vazio amanhã -
acordar sem desejo,
não ver auroras, perder ocasos
no chão se aprende do tempo, aspereza e descaso
as sombras, aqui
em baixo, parecem compridas
maiores que as
noites, mais longas que a vida
mas o sol se espalha em nossas feridas,
e tudo cresce no
chão, formigas, deuses, flora,
nós e essa treva
que nos devora
.
paulo vieira
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