sexta-feira, 30 de novembro de 2007

NA GALERIA...



o bardo, max
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um orquídea anarquista
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um novo

paulo vieira, em menino, pelas mãos da artista d'arcy albuquerque

vasquinho by paulo vieira

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a casa da sol informática fica na doca de souza franco, em cima do boteco deles está a exposição em comemoração aos 10 anos do site culturapara, projeto e suor do adorável valco cavalcante,

que apresenta poetas, artistas plásticos, fotográfos, e a galera do teatro.
tem uma tabuinha pra mim lá, bem do lado do bardo max, e perto também do poeta age, olha a responsa...

assim, as fotos acima são da exposição que fica no alto até janeiro, passem por lá.









quarta-feira, 28 de novembro de 2007

MESMO DOIS

museé d'orsay, paris, by paulo vieira


MESMO DOIS TEMPOS A ESMO


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essa horda de horas que atravessa
a manhã de paris, enquanto caminho
contigo perdido, logo estará submersa
no atlântico, e quando a tarde apurar seu vinho

a horda emergirá em belém, ainda na mesma manhã,
pois agora vivemos sempre as horas de um único turno
seja aqui ou do lado de lá, e em meio ao ofício diurno
de rep(r)isados tempos essas horas, gêmeas, irmãs,

se tornam mais pálidas do que a pálida nuvem
que no ar parasita seus primeiros minutos matinais
e enquanto caminho contigo um desejo me compraz
de doar ainda meu sangue às horas que nos convém


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rio sena, paris,
novembro 2007

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

TITA MARIA, no memorial dos povos







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vai ser em dezembro agora (no memorial dos povos), de 01 até 08, a caixa de criadores, onde a tati, mãe do timtim, e criadora da grife tita maria, vai bombar milhones sua nova coleção de fim de ano.



a estilista que já era famosa por essas bandas, por seus arranjos de cores e materiais incomuns, fabricando na maioria dos casos, bijoux, no melhor style - que nascem de improvisações criativas e nunca longe da poesia visual - agora tem também seu próprio atelier bem ali na curuzu com a 1°.




então, tita maria tá na área com uma série de surpresinhas pour les demoiselles de la petite belém, não percam.






ENQUANTO HAVIA A GREVE NO METRO

dans la gare embebido em álcool
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por mais que me atirasse
aos carros, do alto dessa ponte,
como toda gente em algum instante
já pensou fazer, nem nesse disfarce

eu me perderia assim de vez
pois há uma aventura maior
em manter-se visível na dor,
uma espécie rara de altivez

que nunca tive mas que sinto
enquanto penso na partida,
ao fim da paisagem cega, perdida
no tempo que me falta, e minto

perfeitamente, feito um jogador
de cartas que em hora do blefe sente
ante os olhos enganados dos presentes
o discreto orgulho de falso vencedor


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inédito de paulo vieira
paris, novembro 2007

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

NO INÍCIO DA VIAGEM

gift for me ao norte



suicida é uma espécie de anjo

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suicida é uma espécie de anjo do tempo, um arcano,
com poder de desligar os pulmões que, mesmo débeis,
ainda bem poderiam inflar por alguns anos
seu diafragma e peito inábeis,

desatentos, ao ponto de tomarem o vento
como um perigoso gás de afogamento.
assim nos pega o anjo de assalto quando abandona
sua carta derradeira, às vezes primeira, sobre

a cama insone e na hora em que alguém a descobre
já é tarde, está feito, e a luta contra o corpo, desumana,
ele venceu. então, deus cora-se furioso, exasperado,
pois tem na mão o anjo agora um mapa desenhado.





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inédito de paulo vieira

mont saint michel, norte da frança,

outubro 2007

CENAS BELGAS

fred sepulchre by paulo vieira, em bruxelas








la maison du pèkét à liège
para fred sepulchre



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e ali nos tornamos miseravelmente intocáveis, perto
da ponte cinza metálica, como tudo em liège,
enquanto a noite nos deitava seus concretos,
e bruxelas dormia longe, nossa bússola herege

só apontava para a direção do abandono.
o reencontro foi como o de árvores origamis,
esquecidas no tempo, com o outono
que as sacode novamente até soltarem, débeis,

seus últimos papéis onde nada e ninguém se escreve
ao fim da estação. é assim o reencontro verdadeiro:
um simples desenlace que finalmente nos descreve
o devido complemento do encontro primeiro.


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inédito de paulo vieira
belgica, novembro 2007