segunda-feira, 30 de junho de 2008

AS COISAS TÊM COMEÇO E COMEÇO

sol sozinho by paulo vieira




AS COISAS SEM FIM

.

cerejeiras em festa,
no lago, uma garça, uma flor,
de tudo o que passou resta
no peito a batida do taikô.
ser ou não ser, ver ou não ver,
o mundo está rodando, rodando e rodando,
a vida está andando, andando e andando.
macadâmia sobre a mesa,
as damas em volta, nenhuma tristeza,
um menino na piscina da barriga.
outro foge do mundo no videogame que o abriga.
cabelos enrolados, cabelos lisos, cabelos grisalhos
escova progressiva, chapinha, chapinha para enrolar
o mundo está evoluindo.
no meio da multidão
a poeta de gorro róseo, voz
rouca e jeito adulto deixa em nós
as flores de seu coração.
todas as coisas acabam
como esse poema,
como todas as coisas.

.

gabriela nogueira (9 anos) e paulo vieira.

garça city, 30, jun,2008.

Nenhum comentário: