segunda-feira, 26 de novembro de 2007

ENQUANTO HAVIA A GREVE NO METRO

dans la gare embebido em álcool
.

por mais que me atirasse
aos carros, do alto dessa ponte,
como toda gente em algum instante
já pensou fazer, nem nesse disfarce

eu me perderia assim de vez
pois há uma aventura maior
em manter-se visível na dor,
uma espécie rara de altivez

que nunca tive mas que sinto
enquanto penso na partida,
ao fim da paisagem cega, perdida
no tempo que me falta, e minto

perfeitamente, feito um jogador
de cartas que em hora do blefe sente
ante os olhos enganados dos presentes
o discreto orgulho de falso vencedor


.
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inédito de paulo vieira
paris, novembro 2007

2 comentários:

Anônimo disse...

Paulo querido,

Ao nao tomar o metrô,ganhamos nós poesias a beça.Que bons ventos sejam teu transporte,

bjs

Danielle Fonseca

Paulo Roberto Vieira disse...

oi dani,

que bom te ver por aqui.
qualquer hora desses precisamos embarcar num mesmo vento pra por os assuntos em dia,


beijo