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pôs o revólver na cabeça da pequena e disse:
- vai tirando tudo, tudinho. e sem choro,
ou te meto uma bala no meio da cara.
rendida, ela obedecia quase sem espanto,
fria como um estuprador.
pronto. logo estava nua em pêlo.
o tarado desconcerta-se um pouco
com tamanha cooperacão e anuncia
que vai maltratá-la, pô-la de quatro,
lambuzar-se, cuspir na cara,
morder os mamilos...
ela, tranquila, como se quisesse
resolver logo tudo e ir-se pra casa.
frente a tamanha resignação
e calma o pobre, indefeso,
pervertido queda-se derrotado.
mas num ímpeto de desespero,
o envergonhado estuprador
engatilha a arma e aponta
pra nuca da vítima
(nuca macia, jeitosa,
de pelinhos dourados).
daí ela quebra o silêncio
de dama e diz com voz
irônica, quase se rindo:
- agora vai querer me matar
pra nao saberem por ai
que o coitadinho
não deu conta. não é?
se encherga rapaz!
empurra o revólver
e começa a vestir-se.
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paulo vieira
3 comentários:
sim poeta o xarqmam quer saber o que são os outros badulaques
kiss
Surpreendente! Conheci teu blog através de uma amiga em comum e adorei! Com tanta coisa chata e sem graça na blogosfera, te revelas uma pedra preciosa perdida no meio desse pardieiro...
Kuß!
criatividade à parte, só sei que me fizeste rir.... Le texte est super...je l'ai aimé. bjs.
Chiquinha O'hara
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