paulo vieira by d'arcy albuquerque |
poema escrito minutos antes de um sonho
abreviamos a margem do rio e o rio vira mar.
mais curta, oculta, a margem se retira
por baixo de nossas rodas, pneus sulcados,
que somos máquinas, tratores atolados,
enquanto a morte corre nas plantas
de todos os pés, o mar
anda para
todo lado
lodo
anda para
todo lado
lodo
salsugem no fundo reunida até que,
num passe de água, cartilagem dura
se torna a armadura dos tubarões.
abreviamos a margem do rio
e o mar toma suas dores
.
poema inédito de paulo vieira
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