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TOTEM PARA QUEM
era um coruscante
corvo sem semblante
ou o vulto da lua? seria miopia?
talvez fosse isso? ou mesmo aquilo?
ou aquilo o quê mesmo?...
que nada:
já era aquele lance
de escrever como antes
o poema-relance
de um instante
para o outro
saibas que desses troços
só ficaram destroços,
e umas poucas peças de amor.
enfim passou, sem saudade,
o vulcânico tremor,
nada incomum
naquela idade
vaidosa e bela,
capaz de atirar um
cavalo ao chão
mas não
sem antes lançar da cela
o burro que o monta
e desmonta
ao sabor, aliás, de qual
pifada epifania?
pois agora essa ripa que assobia
nas costas do mesmo alazão
regenera (ou estropia?)
de vez meu coração
.
inédito de paulo vieira, garça city. jul, 2008
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