paulo vieira by fred sepulchre, em bruxelas
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é mesmo uma fatalidade a palavra ter de
deitar-se em livros sem escape, fechados,
feito cadeias assombradas, enquanto a sede
se eterniza na boca de seus presos fadados
ao silêncio diário, ao esquecimento das falas.
não há visitas ao presídio do poema, ninguém
sabe os nomes dos detentos, mas se o sol resvala
sua faca nas grades da janela, nenhum verso vem
arrastar-se implorando por luz, pois ao poema tanto
faz, as palavras amotinam-se nas margens, nos cantos,
se engendram umas nas outras e cochicham: - atenção!
quando entrar o carcereiro começa a rebelião.
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(poema inédito, paulo vieira)
quarta-feira, 14 de maio de 2008
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Um comentário:
JELL meu irmao! No puro sentido da palavra! Agora so falta a transformacao.... tenho certeza que em nosso segundo ensaio deu pra perceber a pontencialidade!... seguimos... ver no que da...
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