dans la gare embebido em álcool
.
por mais que me atirasse
aos carros, do alto dessa ponte,
como toda gente em algum instante
já pensou fazer, nem nesse disfarce
eu me perderia assim de vez
pois há uma aventura maior
em manter-se visível na dor,
uma espécie rara de altivez
que nunca tive mas que sinto
enquanto penso na partida,
ao fim da paisagem cega, perdida
no tempo que me falta, e minto
perfeitamente, feito um jogador
de cartas que em hora do blefe sente
ante os olhos enganados dos presentes
o discreto orgulho de falso vencedor
.
.
inédito de paulo vieiraparis, novembro 2007
2 comentários:
Paulo querido,
Ao nao tomar o metrô,ganhamos nós poesias a beça.Que bons ventos sejam teu transporte,
bjs
Danielle Fonseca
oi dani,
que bom te ver por aqui.
qualquer hora desses precisamos embarcar num mesmo vento pra por os assuntos em dia,
beijo
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