baía do guajará by paulo vieira
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marijuana
ela resguardava essas
mesmas pernas
frágeis e submersas
feito peixes sem lanternas
naufragados entre broncos
submarinos brancos
ela era menos sereia e seria
mais humana se entre os troncos
lodosos dessas perdidas quimeras
não me abandonasse à mercê da enguia
assustadora de costas ásperas
ela detinha as barbatanas
para não perder a força
dormia e acordava entre humanas
anêmonas de camurça
ela não era de alga
e lembro-me, surpreso, sua forma
que, quanto mais perto, mais vaga
deixava um rastro sem alma
atravessado na garganta da água
mesmas pernas
frágeis e submersas
feito peixes sem lanternas
naufragados entre broncos
submarinos brancos
ela era menos sereia e seria
mais humana se entre os troncos
lodosos dessas perdidas quimeras
não me abandonasse à mercê da enguia
assustadora de costas ásperas
ela detinha as barbatanas
para não perder a força
dormia e acordava entre humanas
anêmonas de camurça
ela não era de alga
e lembro-me, surpreso, sua forma
que, quanto mais perto, mais vaga
deixava um rastro sem alma
atravessado na garganta da água
paulo vieira
Um comentário:
A construção desse poema é genial.
Inteira completa e musical
Acho que em tudo a ver com o nome
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